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Autismo | Entenda a relação entre os níveis de suporte e o CID

O processo de diagnóstico de autismo frequentemente inclui a classificação em “graus de autismo”, como leve, moderado ou severo. No entanto, essa terminologia tem sido questionada por profissionais e ativistas da causa do autismo.

Evolução da Terminologia e Níveis de Suporte

Ao longo dos anos, documentos como o DSM e o CID passaram por revisões e alterações em termos e diagnósticos relacionados ao autismo. Assim, termos como “autismo infantil”, “Síndrome de Asperger”, “Transtorno Desintegrativo da Infância” e “Transtorno Invasivo de Desenvolvimento Sem Definição Específica” foram substituídos pela classificação de níveis de suporte:

Grau/Nível 1: necessidade de pouco apoio
Grau/Nível 2: necessidade moderada de apoio
Grau/Nível 3: muita necessidade de apoio substancial

Esses níveis não apenas refletem a funcionalidade da pessoa, mas também auxiliam na comunicação eficaz entre diferentes áreas profissionais envolvidas no diagnóstico e tratamento.

A Visão dos Especialistas

Profissionais da área destacam a importância dos critérios diagnósticos e classificações para garantir um diagnóstico preciso e a criação de estratégias adequadas de intervenção. A psicóloga Lívia Bomfim ressalta que esses critérios são fundamentais para unificar a compreensão do autismo entre diferentes profissionais.

Desafiando Estereótipos e Preconceitos

No entanto, muitos autistas e ativistas criticam essa classificação por perpetuar estereótipos e preconceitos. O autista Willian Chimura destaca como o rótulo de “autismo leve” pode desvalorizar as necessidades de suporte desses indivíduos e até invalidar sua experiência.

Autistas como Willian enfatizam que a funcionalidade no espectro é diversificada e não pode ser reduzida a uma classificação linear. Porque, as dificuldades e habilidades variam amplamente entre os indivíduos, e a classificação em “graus” pode não capturar adequadamente essa complexidade.

Novas Abordagens e Compreensão

A CID-11 introduziu uma nova abordagem para classificar o Transtorno do Espectro do Autismo, considerando a presença ou ausência de Deficiência Intelectual e o comprometimento da linguagem funcional. Assim, essas subdivisões buscam uma compreensão mais precisa da funcionalidade do indivíduo no espectro.

Conclusão

A classificação em “graus de autismo” desempenhou um papel importante na compreensão inicial da condição. No entanto, essa abordagem tem sido questionada por autistas e profissionais da saúde, que buscam uma compreensão mais abrangente e precisa da funcionalidade das pessoas no espectro. É essencial reconhecer a diversidade e complexidade do autismo, garantindo que as necessidades de suporte de cada indivíduo sejam respeitadas e atendidas de maneira adequada.

Relacionando o que seria o grau com o CID-11, seria algo assim:

CID Geral
6A02 – Transtorno do Espectro do Autismo (TEA)

Grau/Nível 1: necessidade de pouco apoio
6A02.0 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;
6A02.1 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com comprometimento leve ou ausente da linguagem funcional;

Grau/Nível 2: necessidade moderada de apoio
6A02.2 – Transtorno do Espectro do Autismo sem deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;
6A02.3 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com linguagem funcional prejudicada;

Grau/Nível 3: muita necessidade de apoio substancial
6A02.5 – Transtorno do Espectro do Autismo com deficiência intelectual (DI) e com ausência de linguagem funcional;

Outros casos:
6A02.Y – Outro Transtorno do Espectro do Autismo especificado;
6A02.Z – Transtorno do Espectro do Autismo, não especificado.

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