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Aula online gratuita sobre autismo na escola

Cinco passos para a inclusão escolar de crianças com o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) serão apresentados no próximo dia 6 de julho, a partir das 20h30, na aula online e gratuita organizada pelo projeto NeuroSaber e ministrada pela psicopedagoga Dayse Serra.

A meta é ampliar o conhecimento sobre o tema e apoiar educadores que atuam com alunos que estão no espectro. Para fazer inscrição, clique aqui.

A complexidade do tema pede análise constante e individualizada das especificidades de cada aluno, avaliando como essa criança se socializa, sua linguagem, e os comportamentos que podem dificultar aprendizagem e convivência.

“Essas particularidades tornam a inclusão escolar um desafio. São fatores que prejudicam o desenvolvimento e evolução nas esferas social e acadêmica”, diz Dayse Serra. Por isso, as instituiçções precisam se preparar para as mais diversas situações e perfis de crianças, adaptando o currículo escolar observando as necessidades de cada aluno. “É importante adotar materiais didáticos que permitam a criação de vínculos com a sala de aula e com as propostas de estimulação”.

A psicopedagoga ressalta que pessoas no espectro do autismo devem ter um profissional de apoio para condicioná-la a começar e terminar atividades e tarefas com significado e finalidade. “Muitas crianças têm alterações nas percepções e podem desenvolver alta sensibilidade auditiva, tátil e visual. É importante identificar fatores que causam estresse para dar conforto e permitir a frequência da escola sem contratempos”.

SERVIÇO
Aula online gratuita
‘Cinco passos para a inclusão escolar no TEA’
Ministrada pela psicopedagoga Dayse Serra
Data: 6 de julho (quinta-feira)
Horário: 20h30
Organização: Projeto NeuroSaber

“Educadores precisam entender o pensamento do autista”, afirma a psicopedagoga Dayse Serra. Imagem: Reprodução

“Educadores precisam entender o pensamento do autista”, afirma a psicopedagoga Dayse Serra. Imagem: Reprodução


“Um dos primeiros desafios da criança com Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é a escola. Por causa de suas dificuldades na fala, ao transmitir emoções, de entendimento da linguagem subliminar, de expressões faciais e até de mudanças de tom da voz, ela muitas vezes não consegue compreender explicações da professora e as histórias de livros”, afirma Dayse Serra.

Para a especialista, falta de habilidade de professores e pedagogos que não sabem como se processa o pensamento de um autista dificulta muito a alfabetização, tornando impossível que a criança desenvolva a capacidade de ler e entender o mundo em sua volta.

“Muitas escolas têm outra linha de trabalho e o educador padroniza o ensino sem pensar nesse estudantes, o que aumenta as chances de não dar certo. Para alfabetizar e educar alguém com autismo, é necessário entender seu funcionamento, suas alterações no que diz respeito à percepção do mundo, as sensações, os medos e seu desempenho linguístico”.

Segundo a psicopedagoga, o modelo mais adequado para facilita o processo de alfabetização é o fônico. “Esse método ensina primeiro os sons de cada letra e então constrói a mistura desses sons em conjunto para a pronúncia completa da palavra. Por meio dele, pode-se produzir a consciência fonológica e a criança consegue adquirir compreensão do que ela está lendo”, diz.

Dayse Serra salienta que não basta somente entregar o livro ao aluno e esperar ele aprender a ler. “Conforme o nível de autismo, o significado da leitura varia muito porque, geralmente, o autista não consegue compreender o signo linguístico e não entende o que é uma representação da comunicação. Mesmo aqueles que apresentam hiperlexia (leitura precoce), é preciso saber que ler não significa compreender. Em muitos casos, a dificuldade na interpretação de texto é alta porque a leitura é feita mecanicamente”.

A especialista defende o estímulo à imaginação do aluno, auxiliando a dar sentido à história. “É fundamental que se aprenda a construir uma frase e um sentido. Deve-se sempre perguntar sobre o que ele está entendendo. Uma pessoa que não faz inferência ou uma dedução, não tira uma extração de significado”.

Via Estadão

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