A crise nervosa, também conhecida como colapso ou meltdown, acontece quando há um acúmulo de sensações ruins na criança, uma grande frustração, um grau de estresse muito alto, ou ainda, tudo isso junto. Não pode ser confundido com birra, a criança não tem controle sobre ela! Muitas vezes ela não sabe identificar o que gerou ou sequer se lembra o que aconteceu. Se para os pais é uma situação difícil, para a criança é muito pior.
Muitos colapsos acontecem por um motivo que consideramos pequeno, mas que na verdade foi apenas o estopim. Geralmente são gerados quando a criança está recebendo muitas informações sensoriais ao mesmo tempo, como ir a um parque em dias de férias ou a um shopping em dia de liquidação. São vozes, barulhos, cheiros, pessoas esbarrando, luzes, roupas ou sapatos incomodando, tudo ao mesmo tempo. Junto a esta sobrecarga sensorial, pode acontecer de algo sair fora do previsto ou ocorrer alguma frustração também. Todas essas sensações vão se acumulando e gerando ansiedade, até que explodem em uma crise.
Como podemos ajudar?
O primeiro passo seria evitar a crise, oferecendo acomodações sensoriais (roupas confortáveis, fones de ouvido, evitar locais tumultuados, etc), ensinando a criança a comunicar quando precisa de espaço, mantendo rotina e previsibilidade no dia a dia, diminuindo a carga horária de atividades diárias que podem gerar estresse, etc.
Durante a crise, a criança não tem controle de suas ações. Ela pode não conseguir falar ou não ter controle do que diz, gritar, bater, se auto-agredir, etc. Neste momento, a única coisa que podemos fazer para ajudar é minimizar as sensações do lugar onde a criança esteja (apagar a luz, fazer silêncio) e evitar que a criança se machuque. Algumas pessoas a descrevem como algo incontrolável, um vulcão em erupção, a sensação de estar queimando, ou também uma dor muito grande, indescritível.
Depois que a crise acontece, a criança é tomada por um cansaço muito grande, como se todas as suas energias tivessem se esgotado e corpo chegasse ao limite. É o momento de ajudá-la a se recompor, com o mínimo de estímulos sensoriais possíveis, talvez até sozinha, se ela preferir. Para algumas abraçar pode ser muito bom, mas para outras pode ser ainda mais desgastante. Dar espaço pode ser a melhor opção. Seja gentil, pois a criança ainda pode estar vulnerável.
Por Amanda Puly