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Livros antiestresse: Colorir faz bem ao cérebro

Os “adultos”, aqueles que possuem uma agenda lotada, têm milhares de responsabilidades e outros milhões de compromissos. No entanto, recentemente, estão se rendendo a uma atividade que até então era destinada exclusivamente às crianças: a arte de colorir.

Tudo começou em 2013, na França, quando Johanna Basford lançou a série “Secret Garden”, uma coleção de livros para colorir destinado aos adultos, um sucesso quase instantâneo, e desde então, cada vez mais popular em todo o mundo. Agora, a tendência chegou ao Brasil. Ao visitarmos as livrarias, já é possível encontrar os tais livros nas estantes.

Qual a finalidade desses livros?

Os livros “antiestresse” para colorir, como ficaram conhecidos, foram criados como uma forma de arte-terapia. O público-alvo são aquelas pessoas que trabalham o dia todo e precisam encontrar, em meio ao tempo escasso, uma maneira de relaxar. O que é importante ressaltar: a atividade vai muito além de uma mera distração, constitui-se uma verdadeira terapia para o cérebro.

Ocupando páginas inteiras, os livros trazem séries de cenas requintadas, desenhos complexos, extremamente elaborados e detalhados. Cada ilustração foi cuidadosamente planejada, resultando em um emaranhado de figuras constituídas por padrões repetitivos que exigem dedicação e atenção dos leitores, possibilitando que cada um dos novos artistas crie uma obra única.

Os livros (…) facilitam o encontro consigo mesmo, permitem um momento de silêncio e contemplação, raro nos dias de hoje. Johanna Basford

Segundo os criadores e os próprios leitores, colorir ajuda a diminuir a ansiedade, estabiliza o humor, aumenta a capacidade de atenção, é extremamente relaxante e pode até servir como um auxílio para dormir.

Segundo Johanna Basford, editora da série “Secret Garden”, os livros exigem dedicação e para isso é necessário que o indivíduo se desligue de seus problemas e concentre todas as suas energias no colorido. Essa atitude facilita o encontro consigo mesmo, permite um momento de silêncio e contemplação, raro nos dias de hoje; além disso, corrobora para a retomada de vivências da infância e um sentimento de nostalgia que pode ter ação benéfica na vida do indivíduo, contribuindo para a redução do estresse e desenvolvendo a memória e capacidade criativa.

A ciência explica os benefícios de colorir

Esse tipo de arteterapia está sendo pesquisada pelo neuropsicólogo Dr. Stan Rodski, o qual desenvolveu um livro de colorir especificamente para trabalhadores estressados. Segundo Rodski, quando o indivíduo está concentrado em uma imagem colorindo, o seu cérebro pode sofrer alterações nas redes neurais comportamentais. Isso ocorre porque, durante a atividade, o nível de adrenalina no cérebro é reduzido e o nível de dopamina, um neurotransmissor capaz de melhorar funções cerebrais como memória, cognição, emoções e sistema de recompensa, aumenta.

Repare como algumas figuras são complexas
e exigem concentração. (Fonte: ziripiti.com)

O que é preciso para começar?

Não há regras ou instruções. Não é necessário ser um artista, nem entender sobre pinturas. Não é preciso dispender bastante tempo. Ou seja, não existem restrições.

Basford acredita que esse tipo de arteterapia foi um sucesso, principalmente, pela simplicidade da prática e facilidade em realizá-la, visto que os livros podem ser carregados na bolsa ou no porta-luvas do carro. Para ela, a questão é dedicar-se inteiramente ao ato de colorir, cerca de, no mínimo, trinta minutos por dia. Aconselha ainda aos leitores que meditem sobre o trabalho artístico para encontrar a melhor forma de preencher as páginas, de modo que as cores sejam escolhidas conscientemente e de maneira criativa. Segundo ela, somente assim será possível alcançar os reais benefícios que a atividade propicia.

Fontes: Smart Company, The Guardian

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